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Igreja precisa responder com urgência ao discipulado infantil, diz pastor

“O discipulado infantil não pode ser uma atividade secundária, ele precisa ser parte central da missão da Igreja hoje”. Com ess...

Igreja precisa responder com urgência ao discipulado infantil, diz pastor
Igreja precisa responder com urgência ao discipulado infantil, diz pastor (Foto: Reprodução)

“O discipulado infantil não pode ser uma atividade secundária, ele precisa ser parte central da missão da Igreja hoje”. Com essa visão, o pastor Lucas Hayashi, um dos coordenadores da Conferência G5.2 – Ministério Infantil & Educação, destaca a urgência para a igreja em discipular crianças.

A edição 2025 da Conferência G5.2, promovida pelo Ministério Infantil da Zion Church, acontece em 23 de agosto no Espaço Vibra SP, com foco na renovação da educação cristã e no discipulado das novas gerações.

O encontro propõe uma imersão prática e espiritual voltada à formação de crianças e adolescentes com base nos valores do Reino de Deus. A conferência reunirá milhares de líderes, educadores e voluntários de todos os estados do Brasil.

Assim como nas edições anteriores, pastores, professores, famílias e líderes ministeriais participarão de uma programação intensiva, das 9h às 22h, com foco na capacitação de ministros comprometidos com a educação cristã e o discipulado infantil.

Além da plenária principal, o encontro inclui a Imersão G5.2, a ser realizada no dia anterior (22/08), com workshops especializados em ministério infantil, criação de filhos e práticas pedagógicas cristãs.

Para trazer os principais pontos da edição 2025 da Conferência G5.2, o Guiame entrevistou o pastor Lucas Hayashi.

 

Guiame: Qual é a sua expectativa para esta edição da Conferência G5.2?

Lucas Hayashi: Minha expectativa é que essa edição da Conferência G5.2 seja um divisor de águas na forma como a Igreja Brasileira compreende e responde ao chamado de discipular a nova geração. Mais do que um evento, desejamos ativar um movimento, onde cada líder, cada voluntário, cada pai e mãe volte para casa com clareza de missão, ferramentas práticas e o coração queimando por levantar uma geração fundamentada na Palavra e cheia do Espírito.

E o mais incrível é que já temos todos os estados do Brasil representados nesta conferência, o que confirma que o impacto será verdadeiramente nacional. Estamos vendo o despertar de uma Igreja que entende que o futuro do país passa pelas mãos que hoje cuidam, ensinam e discipulam as crianças. O que Deus está começando aqui ecoará de norte a sul, de leste a oeste do nosso país.

G.: Por que a Igreja precisa urgentemente despertar para o discipulado infantil?

L.H.: Porque estamos vivendo em tempos em que o sistema deste mundo não espera a adolescência para capturar os corações das crianças. A formação da cosmovisão acontece nos primeiros anos de vida, e se a Igreja não ocupar esse espaço com intencionalidade, o mundo o fará com ideologias que contradizem os princípios do Reino.

(Foto: Reprodução)

Conferência G5.2, edição 2024. (Foto: Zion Church)

Jesus deixa isso claro nas Escrituras: as crianças são prioridade no Reino de Deus. Ele as coloca no centro, não à margem. Estatísticas também confirmam essa verdade espiritual – cerca de 80% das pessoas que se convertem a Cristo têm essa experiência ainda na infância, o que mostra como o coração infantil é terreno fértil para o Evangelho.

Além disso, até mesmo a legislação brasileira, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), estabelece que crianças devem ter prioridade absoluta em políticas e ações. Ou seja, há um consenso espiritual, social e até jurídico sobre essa importância.

No entanto, o maior alvo do diabo tem sido justamente a mente das crianças. Ele sabe que, ao capturar a infância, compromete o futuro. E infelizmente, muitas vezes a Igreja e os próprios pais não tratam essa prioridade com a urgência e o zelo que deveriam. O discipulado infantil não pode ser uma atividade secundária, ele precisa ser parte central da missão da Igreja hoje.

G.: Quais são os riscos de negligenciar o ensino bíblico desde os primeiros anos de vida?

L.H.: Negligenciar o ensino bíblico na infância é correr o risco de formar uma geração que conhece a linguagem da Igreja, mas não carrega a essência do Evangelho. É permitir que nossos filhos cresçam com uma fé superficial, vulnerável às pressões culturais e espiritualmente despreparadas. É como construir uma casa sem alicerces – bonita por fora, mas frágil diante das tempestades da vida.

Além disso, o que estamos vivendo hoje, seja na política, na economia ou na sociedade como um todo, é o reflexo de uma profunda crise de liderança. E a liderança não começa na vida adulta, começa na infância. O caráter, a visão, a ética, a coragem e a compaixão são formados nos primeiros anos. Por isso, se queremos transformar o futuro da nação, precisamos investir intencionalmente no presente das nossas crianças. A raiz do avivamento e da reforma que esperamos está nos pequenos que estão hoje em nossas casas e igrejas.

G.: Na prática, como pais e líderes podem ser intencionais ao ensinar os valores do Reino para essa nova geração?

L.H.: A intencionalidade começa com o exemplo. Pais e líderes precisam viver o que ensinam. Mas além disso, devem criar ambientes e rotinas que alimentem a fé das crianças: devocionais em família, participação ativa na igreja, conversas sobre princípios do Reino no dia a dia. Usar a linguagem da criança, e estar presente não só fisicamente, mas emocionalmente e espiritualmente.

(Foto: Reprodução)

Representes de todos os estados do país na Conferência G5.2, edição 2024. (Foto: Zion Church)

Outro ponto crucial é compreender as características da Geração Alpha e Beta, a forma como pensam, aprendem e se comunicam. Essa geração nasceu em um mundo digital, rápido, altamente visual e com acesso a muitas vozes e influências. Para alcançá-los e discipulá-los com eficácia, precisamos falar sua linguagem sem comprometer a mensagem, adaptar os métodos sem diluir os princípios. Isso exige sabedoria, estudo e uma liderança sensível ao tempo que estamos vivendo. Não se trata de entreter, mas de discipular com maior intencionalidade.

G.: O evento também visa capacitar voluntários e líderes de ministérios infantis. Quais habilidades e posturas são indispensáveis para quem serve nessa área?

L.H.: Servir no ministério infantil exige mais do que amor por crianças, exige visão, preparo e maturidade espiritual. Habilidades como comunicação criativa, didática adaptada por faixa etária e gestão de comportamento são importantes. Mas acima disso, é indispensável a postura de servo: alguém que ora, que discipula, que entende que está lidando com futuros líderes, profetas, pastores e influenciadores do Reino.

Além da capacitação pontual, essa conferência faz parte de uma estratégia de discipulado a longo prazo. Nosso objetivo não é apenas formar líderes momentâneos, mas ativar uma ação coordenada para todo o Brasil, onde ministérios infantis de diferentes estados estejam alinhados em visão, valores e práticas para ocupar a esfera da educação e família. Estamos construindo uma geração discipulada com intencionalidade, unidade e consistência, e isso só é possível quando entendemos que a transformação de uma nação começa com a formação de seus pequenos por meio da educação em casa, igreja e escola.

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